30 setembro 2013

Em menos de dois anos, 23 megafusões de empresas educacionais são aprovadas pelo governo

Mesmo sem valor divulgado, empresas envolvidas somam valor bilionário

 "Escolas, mesmo desorganizadas administrativamente, ainda são um bom negócio". A frase, dita pelo professor Carlos Monteiro, presidente da CM Consultoria, especializada em planejamento em gestão em ensino superior, reflete como o mercado está vendo as instituições de ensino no País.

 Desde a criação da lei que estrutura o sistema brasileiro de defesa da concorrência, em 2011, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou 23 operações de aquisições e fusões de empresas no setor da educação.

Como os processos ocorrem com os valores sob sigilo, não é possível estimar um valor certo sobre o total das transações. Porém, em resposta ao Portal R7, o órgão informou que é obrigatório que empresas notifiquem ao Cade atos de concentração onde um dos grupos envolvidos tenha faturamento anual de pelo menos R$ 750 milhões no ano anterior à operação e o outro grupo, R$ 75 milhões.

Um dos mais recentes casos de fusão de instituições do País também se torna destaque por criar o maior grupo educacional do mundo. A Anhanguera e a Kroton anunciaram que irão fundir as operações, criando um grupo com valor de mercado estimado em cerca de R$ 12 bi.

 A medida ainda será avaliada pelo Cade. Junto a isso, o terceiro maior grupo educacional do mundo, o Estácio, também brasileiro, anunciou recentemente a compra da UniSeb, em um negócio de R$ 650 milhões, aumentando ainda mais o seu valor de mercado.

 Em entrevista ao R7, Vic Barros, presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), declarou que as fusões e aquisições de grupos privados de educação no País são avaliadas apenas do ponto de vista econômico.

 — O mesmo órgão que regulamenta a fusão de cervejaria está regulamentando a fusão de universidades. Avalia do ponto de vista mercadológico e a gente acha fundamental que seja avaliada também do ponto de vista educacional.

 Segundo o Cade, o MEC (Ministério da Educação) pode se manifestar durante os processos no órgão, cabendo a palavra final ao conselho econômico. Por Alexandre Saconi,
Fonte: R7 30/09/2013

30 setembro 2013



0 comentários: