09 julho 2013

Maiores construtoras valem na bolsa menos do que seus ativos

Prejuízos e alto nível de endividamento reduzem o valor de mercado das incorporadoras

 Levantamento divulgado pela consultoria Economática mostra que 26 das 65 empresas que fazem parte do Ibovespa têm hoje valor de mercado inferior ao seu patrimônio líquido. Ou seja, segundo o estudo, o mercado está pagando pelas ações menos do que elas valeriam.

 Encabeçam a lista, a Eletrobrás e a OGX, seguido pela construtora Brookfield. Mais quatro companhias do setor estão listadas nesse ranking: Rossi, Gafisa, PDG, MRV, quinto, sexto, sétimo e décimo-nono lugar no estudo da agência.

 De acordo com a Economática, a Brookfield vale apenas 29,6% do seu patrimônio. A Rossi, 46,6%. A Gafisa, 48,4%. A PDG, 49,9%. Em melhor situação está a MRV, que vale 76,2%.

 Dentre os problemas enfrentados por essas empresas, segundo especialistas, estão altos níveis de endividamento, prejuízos e redução de vendas.

 “De modo geral, o valor das ações vem se desgastando e o mercado, avaliando o desempenho das empresas, não sente segurança para pagar muito mais do que isso no momento”, explica Einar Rivero, gerente de Relacionamento Institucional e Comercial da Economática.

 Wesley Bernabé, analista de construção do BB Investimentos, lembra que o efeito de uma notícia ruim, ou resultado ruim, geralmente gera uma reação exagerada do mercado. “

 A Rossi, por exemplo, possui hoje um alto nível de endividamento e apresentou um primeiro trimestre de resultados fracos ", observa o analista do Banco do Brasil.

 "O grande volume de receitas provenientes de lançamentos anteriores a 2010 carregou margens muito baixas, enquanto o alto endividamento continuou a pressionar também o resultado final da companhia", observa."Isso afeta a percepção do mercado sobre a empresa".

 Para fontes do setor, além de um alto nível de endividamento, pesaria para a Brookfield o fato de ela ter um banco de terrenos na área de Tamboré, que teve, no passado, um excelente crescimento de vendas, mas que hoje é uma área saturada de empreendimentos. Então, o receio é que a construtora não tenha bons terrenos para lançar novos projetos.

 Já a Gafisa sofreu no passado com a aquisição da Tenda, o que a que levou a um grande prejuízo. Mas a construtora começou a melhorar em 2012, apresentando números mais favoráveis.No entanto, comenta-se que a venda de 70% de sua participação no Alphaville não caiu bem, uma vez que essa era sua unidade mais lucrativa.

 A PDG, também tem problemas de endividamento.No primeiro trimestre, a construtora teve prejuízo líquido de R$ 73,8 milhões.

 A MRV, empresa focada no segmento de baixa renda, sofre com a redução das vendas.Além disso, a construtora foi incluída no cadastro de empresas que exploram mão de obra escrava.  Brasil Econômico - Cassiano Viana
 Fonte: iG 09/07/2013

09 julho 2013



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