09 maio 2013

Itaú bate Bradesco e Santander e compra Credicard por quase R$ 3 bilhões

Maior banco privado brasileiro, o Itaú bateu o martelo e fechou a compra da Credicard, a mais antiga e conhecida emissora de cartões do país, por quase R$ 3 bilhões.

 O pagamento será feito todo em dinheiro e não envolverá troca de ações, como chegou a ser aventado. Uma das possibilidades é que seja feito em parcelas.

 Os advogados de ambos os lados estão discutindo os detalhes do contrato e o anúncio deve ser feito no início da próxima semana.

 Entre os interessados, o Itaú fez, de longe, a melhor proposta financeira pela Credicard, empresa em que tinha participação até 2006. A oferta do Itaú acabou tirando da disputa os rivais Bradesco e Santander, que também apresentaram suas propostas.

 Pelo caminho, ficaram também o Banco do Brasil e o BTG Pactual/PanAmericano, que se credenciaram para ter acesso a informações estratégicas da empresa, mas desistiram sem fazer oferta.

 O Itaú já era o maior emissor de cartões de crédito e débito do país, com cerca de 30% do mercado, e não queria perder a posição para o Bradesco, que tem 20%.

 O Santander era o banco que mais ganharia com a aquisição, porque tem só 7% desse mercado. O banco espanhol já havia sido a primeira instituição financeira a entrar diretamente no negócio de credenciamento de estabelecimentos para pagamento com cartão (conhecido como adquirência), onde atuam Cielo e Redecard.

 OPORTUNIDADE

 Com 10% do mercado e 4,8 milhões de cartões, a Credicard foi colocada à venda pelo Citibank no início do ano, que decidiu restringir sua atuação no Brasil aos clientes de alta renda.

 Além dos cartões, a Credicard também tem cerca de cem lojas próprias, que fazem empréstimo pessoal e financiamento popular. A empresa tem cerca de 1.200 funcionários.

 O valor fechado deve surpreender o mercado de cartões, que acreditava que a Credicard não sairia por mais de R$ 2 bilhões (falava-se entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões) -equivalente a duas vezes o patrimônio líquido.

 Sócio do Citi na Credicard até 2006, o Itaú tinha o direito de uso da marca até 2009 e conhece bem os clientes e as sinergias que podem ser alcançadas.

 No ano passado, o Itaú fez uma oferta aos acionistas minoritários para fechar o capital da Redecard, empresa de credenciamento de estabelecimentos que nasceu junto com a Credicard nos anos 90. Entre os parceiros estavam Citibank e Unibanco.

 Além da Credicard, o Itaú também negocia a compra das operações do Citibank no Uruguai, país em que atua desde 2006. O Citi deve manter apenas uma presença mínima no país vizinho para dar suporte ao comércio internacional e às empresas dos EUA.

 As negociações seguem de forma independente nos dois países. Procurados, o Itaú e o Citibank preferiram não comentar o assunto.

 RAIO-X DA CREDICARD
Participação de mercado 10%
Cartões de crédito emitidos no Brasil 4,8 milhões 
Principais concorrentes Todos os grandes bancos
Fundação 1970
 HIstória Nasceu quando o The First National Bank, subsidiária brasileira do Citi, criou o cartão Citicard. Em 1978, passa a se chamar Credicard  Por TONI SCIARRETTA
Fonte: Folha de Sao Paulo 09/05/2013

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Itaú Unibanco nega que tenha fechado compra da Credicard 
Texto atualizado às 14h

O Itaú Unibanco informa, em resposta ao questionamento da BM&FBovespa sobre possível aquisição de carteira de cartões de crédito da Credicard no Brasil e na América Latina, que, neste momento, "não há qualquer transação ou contrato firmado que justifique a divulgação de fato relevante".

 "O Itaú Unibanco comunicará imediatamente a conclusão de qualquer negociação", afirma em comunicado ao mercado, no qual diz que "está continuamente analisando potenciais operações que agreguem valor aos nossos acionistas". 

O jornal Folha de S.Paulo afirmou, em sua edição desta quinta-feira, 9, que o Itaú fechou a compra da emissora de cartões por quase R$ 3 bilhões. Segundo o jornal, o pagamento não envolverá troca de ações e será feito em dinheiro, podendo ser parcelado. O anúncio oficial, diz ainda o jornal, deve ser feito no começo da próxima semana, após os advogados acertarem os detalhes do negócio.
Fonte: estadao 09/05/2013

09 maio 2013



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