10 abril 2013

Triunfo, sócia de Viracopos, terá aporte do BNDES

Banco ficará com 17% da empresa que causou contestações e preocupação ao ganhar concessão do aeroporto com ágio de 159%

 A Triunfo Participações e In­vestimentos (TPI) anunciou ontem a entrada do Banco Na­cional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como sócio da empresa. A BNDESPar, braço de participa­ções do banco de fomento, pas­sará a ter entre 11% e 17% do capital social da companhia, ue detém concessões na área e rodovias, aeroportos e ener­gia, além de autorização para operar um terminal portuário em Santa Catarina.

 A operação consiste no lança­mento de 30 milhões de ações, no valor total de R$ 330 milhões. O BNDES aprovou a integralização total da emissão, que repre­senta 17% do capital social da companhia. Caso haja interesse dos minoritários, a instituição te­rá garantia de, pelo menos, 11% de participação (ou 65% da quan­tidade de ações negociadas no mercado).

 As negociações para o ingres­so do BNDES na empresa come­çaram no iníciodo ano, segundo o diretor administrativo-financeiro e de relações com investi­dores da TPI, Sandro Lima. An­tes disso, a empresa estudou outras alternativas de capitaliza­ção no mercado. “Mas a socieda­de com o BNDES se mostrou a opção mais vantajosa.”

 O executivo explica que o di­nheiro será usado em novos in­vestimentos no setor de infraes- trutura, em especial nas conces­sões rodoviárias e de energia que o governo federal pretende colo­car na praça ainda este ano. “Ain­da não há um direcionamento específico para os recursos, mas es- tamos nos preparando para com­petir e disputar os novos leilões que o govemo promoverá.”

 Concessões. A TPI tem tido presença frequente, agressiva e polêmica nos leilões de conces­são, seja do governo federal ou estadual. Na última disputa, ar­rematou o Aeroporto de Viraco­pos, em Campinas, em parceria com a UTC Participações e a francesa Egis Airport.

 O lance, de R$ 3,82 bilhões, com ágio de 159,75%, provocou contestações administrativas por parte dos concorrentes e muita desconfiança do merca­do em relação ao fôlego finan­ceiro do grupo vencedor a pon­to de deixar integrantes do go­verno federal ressabiados. Na ocasião, analistas e agências de classificação de risco demons­traram preocupação com o ní­vel de endividamento da TPI, que representa 3,2 vezes a gera­ção de caixa.

 Lima garante que os valores referente aos investimentos em Viracopos já estão equacio­nados com empréstimos do BNDES. Essa nova capitaliza­ção não será direcionada ao ae­roporto nem a compromissos a vencer. “Não temos dívida ven­cendo no curto prazo. Nossa es­tratégia é usar os recursos para novos investimentos e para o crescimento da companhia”, afirma o executivo.

 A operação ainda dependerá de aprovação do Conselho Ad­ministrativo de Defesa Econô­mica (Cade). Depois disso, será encaminhado para aprovação do Conselho de Administração da Companhia.Renée Pereira
Fonte: O Estado de São Paulo 10/04/2013

10 abril 2013



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