16 abril 2013

Fundos de private equity têm R$ 83 bi para investir no Brasil

Mais da metade desse valor é proveniente de gestoras brasileiras, aponta levantamento da Abvcap divulgado ontem

 Os fundos de private equity, aqueles que compram participa­ções em empresas, têm R$ 83 bi­lhões em caixa para investir em companhias brasileiras. O esto­que de recursos comprometidos por esses fundos atingiu um pata­mar recorde no ano passado, 27% superior ao de 2011. As infor­mações constam de uma pesqui­sa divulgada ontem pela Associa­ção Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap). 

Esses R$ 83 bilhões correspon­dem aos recursos que os fundos se comprometeram a investir no Brasil, e não ao volume que eles já investiram. “Esse não é um va­lor desprezível, mas o País ainda tem muito o que crescer nesse mercado”, diz Luiz Eugênio Figueiredo, vice-presidente daAB- VGAPe sócio-diretor da Rio Bra­vo Investimentos.

 Em geral, o que a pesquisa mostra é um progresso do seg­mento de private equity brasilei­ro. O total de aportes feitos pe­los fundos em empresas passou de R$ 12 bilhões para R$ 15 bi­lhões entre 2011 e 2012.0 desin­vestimento, que é o momento em que o fundo vende sua partícipaçãoe obtém efetivamente o lu­cro com a operação, também aumentou: de R$ 3,6 bilhões, em 2011, para RS 6 bilhões no ano passado. Quase metade dos de­sinvestimentos se deu por meio da oferta de ações e abertura de capital na bolsa de valores.

 “As perspectivas para 2013 e 2014são boas. Há muitas oportu­nidades no Brasil, em infraestrutura e outros setores, e os investidores estão procurando alterna­tivas para rentabilizarem melhor seus investimentos em meio aos juros menores”, diz Clóvis Meurer, presidente da Abvcap, que vem tentando coletar os dados da pesquisa ao longo dos últimos dois anos.

 Historicamente,o setor de private equity no País é carente de estatísticas, em grande parte por­que os fundos resistem a passar algumas informações. O levanta­mento da Abvcap considera ape­nas os dados de 2011 e 2012, por­tanto, não é possível traçar com precisão como vem evoluindo o setor nos últimos anos.

 Ainda assim, os dados revelam algumas tendências interessan­tes que vão além do aumento dos investimentos. A participa­ção dos fundos brasileiros no es­toque de capital (de R$ 83 bi­lhões) passou de 46% em 2011 para 51% no ano passado. Para Figueiredo, essa é uma constata­ção interessante e que de nota o amadurecimento do mercado brasileiro.

 Já Cate Ambrose, presidente daAssociação Latino Americana de Venture Capital (Lavca, na si­gla em inglês), acredita que esse aumento de capital seja resulta­do de um momento de cautela por parte dos investidores estrangeiros. “A captação de recursos para fundos de private equity foi muito forte em 2011”, diz Cate. “Muitos investidores lá de fora preferiram esperar para ver o que os fundos iam fazer com esse dinheiro no Brasil.”

 Seguradoras. Para impulsio­nar o crescimento do setor no Brasil, a Abvcap aposta em uma parceria com as companhias seguradoras, que embora tenham uma grande reserva técnica (esti­mada em cerca de R$ 500 bi­lhões), investem pouco em private equity. “O investimento des­sas empresas é próximo de zero e há possibilidade de aumentar para mais de 15%”, diz Meurer. A associação já está discutindo o tema com a Superintendência de Seguros Privados (Susep). Naiana Oscar Aline Bronzati O Estado de São Paulo
Fonte: cvmclipping 16/04/2013

16 abril 2013



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