12 março 2013

Bancos esperam mais IPOs em 2013

O apetite dos investidores por ofertas de ações de empresas brasileiras começa a se recuperar, mas seletividade é a palavra de ordem. Os anos de euforia em relação ao país ficaram para trás, o que se reflete numa exigência maior na busca por ativos.

 Diferentemente do que se viu no auge das emissões de ações, em 2007, hoje é quase impossível levar a mercado uma companhia em fase pré-operacional. Também são remotas as chances de sucesso de ofertas de empresas que não tenham um histórico consistente de resultados e não apresentem perspectivas vistas como factíveis.

 As companhias já perceberam que só poderão captar recursos na bolsa se sua história estiver "redonda", diz Roberto Barbuti, corresponsável pelo banco de investimentos do Bank of America Merrill Lynch no Brasil. "Muitas estão fazendo ajustes internos e aquisições para ganhar massa crítica."

Para Daniel Darahem, diretor do banco de investimentos do J.P. Morgan, o ideal é que as candidatas tenham receitas recorrentes, baixa necessidade de investimentos e alta geração de caixa.

Em boa medida, a demanda dos investidores reflete o comportamento que se tem visto na bolsa, onde papéis de segmentos tradicionais, com grande peso no Ibovespa, estão em queda e setores mais ligados ao consumo interno estão em alta. "Existem hoje dois "Brasis"", diz Fernando Iunes, diretor de banco de investimentos do Itaú BBA. "Um está mais sujeito à regulação e ao cenário macroeconômico. Outro é o Brasil empreendedor, que continua dando certo."

 Apesar dessa divisão informal, nada impede que ofertas de empresas de segmentos como energia e petróleo saiam. Basta que estejam bem amarradas. O investidor não está preso a setores específicos e tem feito suas análises caso a caso, diz Renato Ejnisman, diretor do Bradesco BBI.

 "Não tem setor ruim ou bom, o que tem é história boa ou não", acrescenta o chefe do banco de investimentos do Credit Suisse no Brasil, Allan Libman.

 Em 2012, houve apenas três ofertas iniciais na BM&FBovespa. A maior delas foi a do banco BTG Pactual, em abril. As outras foram da fabricante de móveis Unicasa e da locadora de veículos Locamérica. Na segunda metade do ano, empresas como a Vix Logística e a CPFL Renováveis ensaiaram ir à bolsa, mas engavetaram os planos.

 Agora, a situação é mais animadora. Além da Linx, a desenvolvedora de software Senior Solution já foi a mercado neste ano e captou R$ 62,2 milhões - foi a segunda oferta da história do Bovespa Mais, segmento da bolsa voltado a empresas pequenas e médias.

 A BB Seguridade, subsidiária do Banco do Brasil, prepara uma oferta estimada em R$ 5 bilhões. A Smiles, que gerencia o programa de milhagens da Gol, e a sucroalcooleira Biosev, também deram início a seus preparativos. Além delas, os bancos dizem ter em carteira dezenas de empresas cujas ofertas estão sendo desenhadas e se tornarão públicas nos próximos meses.

" A ausência de notícias ruins é o que favorece esse cenário", afirma Fábio Nazari, chefe de mercado de capitais do BTG Pactual. "Se a liquidez continuar grande e a volatilidade permanecer baixa, o mercado está bastante fértil." Por Talita Moreira |  Valor Econômico
Fonte: clippingmp - 12/03/2013

12 março 2013



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