16 janeiro 2013

Volume de IPOs em 2013 deve ser superior a anos anteriores

O acesso das empresas ao mercado de ações para a captação de recursos foi escasso em 2012. No total, três companhias realizaram oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), que somaram volume total de R$ 3,931 bilhões no ano passado. O volume é menor do que em 2011, quando 11 companhias totalizaram R$ 7,172 bilhões. Contudo, a projeção de crescimento econômico do Brasil em 2013, melhora do cenário internacional e desempenho positivo do Ibovespa desde dezembro tem animado o mercado para uma retomada de IPOs em 2013.

 O movimento positivo é confirmado ainda por rumores recentes de companhias interessadas na oferta de ações, como o BB Seguridade, do grupo Banco do Brasil, com IPO de R$ 5 bilhões e da Votorantim Cimentos, de R$ 6 bilhões. Se confirmados, os dois IPOs somariam R$ 11 bilhões, volume semelhante ao total de 2011 e 2012, de R$ 11,103 bilhões. Há ainda boatos sobre emissões das empresas Smiles, segmento de fidelidade da Gol; do Atacadão, braço de 'atacarejo' do Carrefour; da Telefónica LatinoAmerica e da Invepar, concessionária do Aeroporto de Guarulhos.

 De acordo com informações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) há ainda cinco ofertas iniciais de ações em análise, todas com pedidos realizados em 2012. As companhias em análise são a Vix Logística, AutoBrasil Participações, Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Linx e Senior Solutions.

 Em 2012, a maior captação ficou por conta do banco BTG Pactual, com IPO no dia 26 de abril e volume total de R$ 3,234 bilhões. No dia seguinte, 27 de abril, a Unicasasomou volume de R$ 425,596 milhões. A empresa é do setor de móveis planejados e controladora da Dell Ano, Favorita e Telasul. Outro IPO realizado em 2012, no dia 23 de abril, foi da locadora de carros Locamerica, com volume total de R$ 272,979 milhões.

 Para André Paes, gerente de renda variável e produtos da Infinity Asset, o mercado acionário não tem performance positiva desde 2011, mas demonstrou certa melhora ao final de 2012. "Mas só teremos uma definição mais clara com a observação do desempenho do Ibovespa". O Ibovespa encerrou 2012 aos 60.952 pontos, com alta de 7,40%.

 Paes explica que para realizar um IPO uma empresa analisa todas as variáveis macroeconômicas, de mercado e da bolsa de valores. "Os sócios vão vender um pedaço da empresa e não querem vender barato".

 Em 2012, algumas cotações ficaram depreciadas, aponta o analista. Assim, os empresários não se animaram e alguns pedidos ficaram represados.

 Márcio Cardoso, sócio-diretor da Título Corretora, concorda que tudo indica para um ano melhor para IPOs em 2013. No entanto, Cardoso diz que ainda é cedo e é preciso concretizar algumas variáveis, como interesse do investidor estrangeiro, institucional, real crescimento econômico do Brasil e manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 7,25% ao ano.

 "É muito cedo ainda para entender o ano. Há o problema do teto da dívida dos Estados Unidos e a Europa ainda com taxa de desemprego muito alta. A partir do momento que forem tiradas essas interrogações, o capital do mundo passa a aceitar mais risco", afirma o diretor da corretora. 

Desistência

 Com pedido em análise na CVM desde 4 de maio de 2012, a Vix Logística anunciou ontem ao mercado e aos acionistas que cancelou o pedido de distribuição pública primária e secundária de ações ordinárias. A oferta estava sendo coordenada pelo Itaú BBA.

 Em comunicado, a Vix Logística informa que as condições são desfavoráveis no mercado nacional e internacional e há indisponibilidade de nova interrupção ou prorrogação do prazo junto a CVM."A companhia continuará monitorando as condições de mercado e avaliando a melhor forma e o melhor momento para acessar o mercado de capitais", comunicou a companhia.
Fonte: dci 16/01/2013

16 janeiro 2013



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