15 janeiro 2013

Banco do Brasil busca alvos para outra aquisição na Flórida e em Nova Jersey

Cerca de8%das receitas do BB, que tem uma corretora em Nova York, vem das operações internacionais

 O Banco do Brasil está em negociações que podem levar a aquisições na Flórida e emNova Jersey, disse Paulo Rogério Caffarelli, vice-presidente de negócios internacionais do banco em uma entrevista na semana passada em São Paulo. Ele não quis nomear os alvos.

 “Há muitas oportunidades de aquisições nos Estados Unidos”, disse Caffarelli. “Não faz sentido para nós ter apenas três filiais em nosso banco de varejo dos EUA, uma vez que há 1,2 milhão de brasileiros nos EUA, principalmente na Flórida e Nova Jersey.”

 Cerca de 8% das receitas do BB, que abriu uma corretora em Nova York em 2011, vem das operações internacionais; há três anos, era 1%, segundo Caffarelli. O banco fez apenas uma aquisição nos Estados Unidos até hoje, anunciada em abril de 2011: o Eurobank, em Coral Gables (Flórida), por US$ 6 milhões. O banco, renomeado BB Americas, tem agências em Miami, Boca Raton e Pompano Beach. “O objetivo é manter o crescimento da área internacional com um forte foco nas Américas”, disse Caffarelli. “A internacionalização é uma obrigação hoje em dia, a única forma de um grande banco sobreviver em uma economia global.”

 Caffarelli, que está no BB há 31 anos, assumiu a área de negócios de atacado e internacionais em dezembro de 2011 e, desde então, assumiu também as áreas de mercados de capitais e banco de investimento. O Banco do Brasil também planeja se expandir organicamente, abrindo 20 agências de varejo do BB Américas e investindo no negócio de atacado para melhor servir as empresas brasileiras e latinoamericanos nos Estados Unidos, diz Caffarelli.

 “O BB é líder na área de atacado no Brasil e tem uma forte relação com todos os tamanhos de empresas e grande capacidade de fornecer crédito”, disse Caffarelli. O banco tinha uma carteira de R$ 523,3 bilhões em créditos, títulos e garantias para empresas em de 30 de setembro, cerca de 20% mais do que no ano anterior.

 O BB contratou Richard Dubbs do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, no início de 2012 para ser responsável pela divisão de renda fixa) da BB Securities, em Nova York, disse Caffarelli. “Queremos melhorar a distribuição de bônus e ações no exterior, e vamos manter a contratação de talentos”, disse ele.

 Na América Latina, o BB está em negociações para comprar bancos na Colômbia, Peru e Chile, disse o executivo, sem fornecer os nomes. Em abril de 2010, o banco informou que pagará US$ 480 milhões pelo controle do Banco Patagonia na Argentina, e, agora, “estamos muito felizes com o nosso negócio lá, com uma forte presença na economia real”, disse ele.

 No Brasil, o banco está buscando uma parceria com bancos locais ou internacionais para criar um banco de investimento, disse ele, acrescentando que a política salarial e estrutura da aprovação do orçamento para bancos estatais torna difícil crescer rapidamente e contratar profissionais. Caffarelli não disse com quem está negociando; o Banco Votorantim é apenas uma das possibilidades.

 “Precisamos expandir rapidamente na área de banco de investimento”, disse Caffarelli. “Com as taxas de juros em queda no Brasil e todos os investimentos necessários em infraestrutura, o negócio tende a crescer muito nos próximos anos. Não podemos perder o barco.” Cristiane Lucchesi Bloomberg
Fonte: Brasil Econômico 15/01/2013

15 janeiro 2013



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