06 novembro 2012

Luiz Lara investe em consultoria

Ele e o sócio Augusto Cruz Neto se unem a André Alves para lançar a Brand You

Já unidos na sociedade da Mood, Augusto Cruz Neto e Luiz Lara lançam um novo empreendimento: a consultoria de branding Brand You, que tem como clientes inaugurais o BTG Pactual e o banco PanAmericano. A empresa é presidida pelo consultor André Alves, também sócio do negócio.

Desta forma, Neto e Lara repetem movimentos já realizados no passado por publicitários que investiram no mercado de consultorias. Alguns dos exemplos são Júlio Ribeiro, da Talent, que é sócio da COR Estratégias de Inovação, presidida por Rita Almeida; e Ricardo Guimarães, que deixou a Guimarães Profissionais para abrir a Thymus, em 1999. Já Alves é administrador de empresas, mas com experiência em branding adquirida na própria Thymus e na Cauduro Associados. Ele foi responsável pelos projetos de reposicionamento das marcas de BTG Pactual e Banco PanAmericano. E são justamente estes os dois primeiros clientes da Brand You, que já tem oito funcionários.

“Da minha experiência no mercado de consultoria, havia algo que me incomodava muito. Até por conta da metodologia que essas empresas têm, os projetos costumam levam muito tempo para serem gestados. A nossa proposta é por algo de maior agilidade”, aponta Alves. Segundo ele, um projeto costuma levar cerca de sete meses para ficar pronto, mas esse tempo precisa cair para, no máximo, quatro meses. “Hoje, nenhuma agência ou anunciante pode ficar esperando tanto tempo para receber uma marca”, completa. Segundo ele, o processo de estabelecimento da nova marca do BTG levou apenas um mês e meio, muito por conta da urgência do projeto. “A Brand You nasce para atender a demanda do mercado por processos ágeis. Hoje, há um grande potencial de marcas que querem se atualizar e conversar com novas plataformas, principalmente as digitais. Por isso, estão se reposicionando”, complementa Lara.

 A chegada da Brand You ocorre em um momento de ajuste do mercado, segundo Alves. “Houve um boom há cinco anos, que inflacionou o segmento. Agora, essa bolha desinchou e temos um cenário propício para abrir a empresa”, analisa. Segundo ele, o principal desafio é encontrar profissionais adequados para atuar em projetos de branding, especialmente funções como implementador e desenho industrial, que possam pensar o processo de criação de embalagens sob o ponto de vista da marca.

Aliado a isso, espera Alves, o mercado brasileiro de comunicação deverá evoluir para o estágio atual da Europa e Estados Unidos, onde há uma maturidade maior em relação ao trabalho de branding. “As empresas lá fora já compreendem a importância, algo que está começando a ocorrer agora no Brasil. Mas estamos pelo menos seis anos atrasados em relação a eles nessa seara”, acredita Alves.

A criação da Brand You não afeta a posição de Lara como sócio e presidente da Lew’Lara\TBWA – ele já não tem função executiva na Mood, que continua sob o comando de Neto. Até por liderarem agências de publicidade, os dois deixam claro que o novo negócio trabalhará em parceria com todas as concorrentes no mercado. Mas, naturalmente, alguns sinergias serão inevitáveis. “Se a Devassa (cliente da Mood) precisar de um projeto de arquitetura de marca, iremos oferecer a Brand You. Por outro lado, se um dos clientes da consultoria precisar de alguém que execute a campanha, ela terá a Lew´Lara\TBWA e a Mood à disposição”, aponta Neto.

O fato de mais uma agência de branding estar surgindo em um mercado que já tem players relevantes demonstra o potencial de crescimento deste nicho diante da valorização das marcas como ativos estratégicos das empresas. “Tínhamos no País empresas com estruturas mais familiares que faziam publicidade para falar apenas com o consumidor. E isso era suficiente. Hoje em dia, a empresa tem que falar com acionista, sociedade, imprensa, fornecedores, ONG’s e diversos outros públicos. Por isso, a gestão de marca está se tornando um processo mais complexo no Brasil”, avalia Lara.

Para ele, existe uma clara evolução na governança corporativa, até pela inserção do Brasil na economia mundial e isso reflete no mercado em que está investindo. “A marca não é mais do dono. Ela está na bolsa de valores e a quantidade de públicos-alvo aumentou. Por isso, merece um tratamento mais especializado e com visão independente de consultorias”, afirma Lara, que se disse convencido por Neto a investir no negócio no qual terá apenas um papel institucional.Por FELIPE TURLÃO
Fonte: meio&mensagem 05/11/2012

06 novembro 2012



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