08 outubro 2012

Carlyle quer comprar duas a três empresas ao ano no País

O consumidor brasileiro pode nunca ter ouvido falar no americano Carlyle Group, o segundo maior fundo de participação em empresas do mundo, com US$ 156 bilhões sob gestão. Mas talvez seja difícil encontrar no portfólio de um fundo de private equity marcas tão conhecidas do público local, como a operadora de turismo CVC, as lojas de móveis Tok&Stok ou a rede de brinquedos Ri Happy. Foi assim, com uma aposta forte no mercado de consumo, que o Carlyle, em apenas três anos, deixou de ter uma presença quase irrelevante no País para se tornar um dos fundos mais ativos no mercado nacional. 

O fundo, que até 2009 tinha apenas uma fatia da empresa de desenvolvimento urbano Scopel e um prédio no Rio de Janeiro, hoje exibe uma carteira com sete empresas - quase todas líderes em seus mercados - e um total de US$ 1,7 bilhão alocado no País. ?Tudo aquilo que a classe média sempre quis comprar, mas não tinha dinheiro, faz parte do nosso interesse. Seja um pacote de viagem ou um plano de saúde privado?, afirma Fernando Borges, chefe da operação do Carlyle no Brasil.

 Apesar do ritmo forte de aquisições - só neste ano foram três - a expectativa do fundo é não diminuir a marcha e manter uma média de duas a três compras por ano. Perguntado sobre o fôlego do Carlyle para comprar no Brasil, Borges afirma que tem ainda para investir metade do fundo de US$ 1 bilhão voltado para o País. Mas esse valor pode se multiplicar, já que o Carlyle traz, sempre que possível, co-investidores para suas operações de aquisição, o que permite alavancar seu poder de compra. Os executivos do fundo querem ainda ampliar as áreas de atuação e estão à procura de empresas nos setores de infraestrutura, agricultura e óleo e gás.

 Os investimentos, em geral, seguem uma lógica parecida. No radar, empresas familiares com histórico de alto crescimento, mas já maduras e com uma posição de relevância nos mercados em que atuam. A entrada na companhia se dá preferencialmente com a compra do controle e sempre com a manutenção do empreendedor como sócio. ?Nunca adquirimos 100%. Nossa tese é fazer uma parceria e ter uma postura conciliatória com o fundador?, explica Borges.

 Na aquisição mais recente feita pelo Carlyle - a compra de 60% da Tok&Stok, por R$ 700 milhões, segundo fontes do mercado - a manutenção da fundadora do grupo no cargo de presidente foi determinante para que a proposta do fundo com sede em Washington saísse vencedora do processo de competição feito pela varejista de móveis.
Fonte: O Estado de S.Paulo 08/10/2012

08 outubro 2012



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