26 junho 2011

5 razões para acreditar na recuperação da Hypermarcas na bolsa

Merrill Lynch acredita que os papéis podem ser o destaque da Bovespa nos próximos 12 meses

O acionista da Hypermarcas, ou o que pretende sê-lo, pode ter um futuro mais brilhante do que o visto nos últimos meses. Desde o pico atingido pela ação em outubro do ano passado, as ações HYPE3 já acumulam uma desvalorização de 50%. Os papéis são negociados hoje a 14,61 reais.

A previsão de tempos melhores para a fabricante e detentora de marcas de consumo é do Bank of America Merrill Lynch. O banco tem um preço-alvo de 22,50 reais de 12 meses, o que resulta em um potencial de valorização de 54%. A recomendação é de compra dos papéis.

Robert Ford, Melissa Byun e Marcelo Santos, que assinam o relatório divulgado hoje pelo banco, lembram que a companhia ainda enfrenta um “consumidor mais ameno, a recuada nos aumentos de preços e a redução dos prazos de pagamentos, o risco de execução com a realocação da produção de 5 mil produtos farmacêuticos até o final do ano”.

Apesar disso, ressaltam que a administração também parece estar mudando o foco de crescimento das receitas para a consolidação e integração, o que pode adiar as inovações previstas anteriormente para 2011. “Sugerimos, entretanto, que as principais marcas não estão quebradas, e os catalisadores de longo prazo estão acumulando”, dizem.

Os analistas citaram 5 fatores que podem posicionar a Hypermarcas como uma das melhores ações no universo de cobertura do banco nos próximos 12 meses.

1 – Comparação do preço com os pares no mundo: as ações são negociadas a 13,1 vezes o preço sobre a estimativa de lucro por ação para 2012, um grande desconto na comparação com o mercado. A média global do setor está em 17, vezes.

2 – O crescimento orgânico das vendas irá acelerar em 2012: um aumento aproximado de 14% nos salários deve elevar a demanda por itens de consumo. O atraso dos lançamentos de 2011 poderá provavelmente contribuir para uma inovação maior e um potencial de crescimento de 13% para as vendas proforma no próximo ano.

3 – Economia com custos e potenciais de sinergia: as oportunidades de eficiência na Mantecorp e outros ativos adquiridos recentemente, além da consolidação da produção, podem adicionar até 250 milhões de reais, ou 30% da geração de caixa em 2012.

4 – Desinvestimento em produtos de alimentos e domiciliares: a venda dos negócios de alimentação e de limpeza doméstica parecem estar a caminho e poderiam gerar até 500 milhões de reais.

5 – Possível listagem das ações nos EUA: acreditamos que a Hypermarcas poderia considerar uma listagem capaz de aprimorar o acesso do investidor e absorver o excesso de liquidez do mercado em 2012.

Histórico
Os problemas com a Hypermarcas começaram após a leitura dos resultados do primeiro trimestre da empresa, publicados no dia 9 de maio. O lucro líquido caiu 40,3% no período, chegando a 32,9 milhões de reais. A receita líquida ficou em 845,2 milhões de reais, o que representa um crescimento de 30,5%.

Apesar disso, quando feito o ajuste proforma – como se a empresa já possuísse as marcas compradas um ano antes – a receita líquida do ano passado teria ficado em 875 milhões de reais, o que levaria a comparação para um recuo de 3,4%.

A retração no faturamento, segundo a Hypermarcas, pode ser atribuída à combinação de Carnaval comemorado em março neste ano; redução dos níveis de capital de giro por parte de grupos de atacado e varejo em função do aumento de juros; aumento de preços e redução de prazos para clientes; e base de comparação elevada em 2010.

Fonte: Exame 22/06/2011

26 junho 2011



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